terça-feira, 7 de abril de 2009

O ORGULHO


O orgulho é um mal que atinge as pessoas nos momentos mais inusitados. Se perguntar uma pessoa se ela é orgulhosa, dificilmente admitirá tal sentimento. Mas apresentará no dia-a-dia determinados comportamentos que revelam essa mancha. Costumeiramente o orgulho é igual ao preconceito, ele se esconde abaixo da linha de fundo, o orgulho é pouco visto sem um envolvimento relacional das pessoas; ou ainda fora de uma necessidade em que a segurança da vida não está em risco. O orgulho não é meridiano, geralmente é polar, e de difícil acesso, pois o orgulho é congelado no mais profundo da alma humana.Encontrar tal comportamento em mim, é obra de garimpeiro, é preciso cavar, virar a terra da alma no mais profundo, aponto de faltar oxigênio e correr risco de desabamento. É profundamente dolorido cavar e encontrar meu lado mais escuro e começar o trabalho do ourives, burilar o diamante, tirando as impurezas do caráter.A posição conquistada na escala profissional sempre traz a tona, a superfície o orgulho escondido. Sempre se ouve comentários sobre pessoas que subiram, foram promovidos e perderam a simpatia pelos colegas de profissão que permanecem na mesma escala. Surgem comentários: “Fulano não cumprimenta mais agente” ou “como ele mudou depois da promoção, era uma pessoa tão simpática, mas agora nos ignora, parece que nunca nos conheceu”. Estas revelações comportamentais acontecem no meio empresarial, no meio religioso, nas relações familiares...A Bíblia conta a história de um homem chamado Naamã. Ele era chefe do exército do rei da Síria. Um homem acostumado a mandar seus soldados e subalternos. Como no militarismo, ordem não se discute, mas cumpre-se. Ele não estava habituado a ser mandado; afinal ele era o ministro do exército do império. Posições como esta, onde é desenvolvida a ação de dar ordens, educa a pessoa para a insensibilidade e a cultura do orgulho.Naamã era muito patriota, amava a sua terra, pois os seus rios eram caudalosos e fonte de vida para o seu povo. A água abundante na região do Oriente Médio é sinal de superioridade e poder. Esse ministro da guerra tem o orgulho acentuado, mesmo sendo uma pessoa consumida pela lepra (hanseníase) continua com seu orgulho, desprezando a possibilidade de cura, porque era humilhante demais mergulhar no rio Jordão, sendo que os rios da sua terra eram melhores e tinham águas abundantes e límpidas.O chefe do exército abismado diante do recado do profeta e disse: “Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu. 10 Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás purificado. 11 Porém, Naamã muito se indignou, e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, invocará o nome do SENHOR seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso. 12 Não são porventura Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles, e ficar purificado? E voltou-se, e se foi com indignação” (2 Rs 5:9-12) . Naamã usou toda a reserva interior de humildade e foi procurar o profeta após a indicação de uma criada. Mas depois de tanta humildade, de procurar o profeta, indicado pela serviçal, o profeta atende ao líder da Síria com uma distancia física, mandando recado para ele mergulhar no pequeno vau que continha o Jordão. Com sua pouca água o pequeno rio Jordão originado de geleiras derretidas no sul de Israel era pequeno e sujo demais devido ao uso da nação israelita. Isso era insuportável para Naamã. O orgulho saiu das regiões interiores e chegou a superfície.A opção do comandante de obedecer às ordens dadas pelo profeta através de um mensageiro, era a única que lhe restava. O orgulho quase pôs tudo a perder, se não fosse a observação de um dos seus servos. “Então se chegaram a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissesse alguma grande coisa, porventura não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado” (.2 Rs 5:13). Os conselhos foram ouvidos e Naamã foi mergulhar no sujo e pequeno Jordão. Ouvir conselhos de pessoas, é extremamente importante para mudarmos a maneira de vivermos e crescer, soltando o couro das serpentes da alma, abandonando o orgulho. Quando ouvimos conselhos, de pessoas simples acostumadas a obedecer, ganhamos e amadurecemos na nossa jornada espiritual. Antes de receber uma pele como a de um bebê, a alma de Naamã precisou ser uma criança, largar o orgulho e ser abençoado pela palavra do profeta, o homem de Deus. “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (2 Rs 5:14 ). O abandono do orgulho quando acontecido no ardor do memento traz benção e graça nas vidas. Portanto, como tenho sido orgulhoso com as pessoas, com as minhas posições, com meus filhos, esposa (o), irmãos, na sociedade, na igreja? Bem! Quando vou mergulhar no Jordão?

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